LÁGRIMAS
Senti-te sofrer em noites de pranto
Senti-te esconder debaixo do manto
Senti-te viver sem corpo e sem alma...
Lágrimas de dor que geram revolta
Impulsos famintos de uma raiva à solta
Que tanto me dói e me tira a calma
Teus olhos de água que falam comigo
Tuas mãos cruzadas perto do umbigo
Tua voz meiga de rosa imperial...
Lágrimas que banham tua face branca
Que te dilaceram como quem te espanca
E se me transmitem de forma brutal
Batam-me, sujem-me, levem-me o sorriso
Cortem-me o passo, destruam-me o piso,
Levem-me à falésia, mostrem-me o alçapão...
Arranquem-me os dedos, levem os anéis
Mostrem-me um estojo mesmo sem pincéis
Exibam-me tudo, mas tuas lágrimas... NÃO