Mágoa
Quando investimos nas pessoas nossos mais puros sentimentos de confiança e amor e nos decepcionamos o sabor é amargo e traz consigo um punhal invisível que dilacera fundo a alma.
Naturalmente que seria impossível passar pela vida sem sofrer alguma desilusão.
Então, é preciso compreendê-la.
Apenas nossos amores são capazes de nos ferir dessa maneira.
Os estranhos não possuem tal poder.
Dói o peito, as lágrimas escorrem quentes e doloridas.
Mas nossos amores não são perfeitos como imaginávamos, não é?
Quase sempre os idealizamos.
O antídoto para tamanha dor é o entendimento e a aceitação das imperfeições, desvios no posicionamento frente à vida.
E perdoar...
E como é difícil isso, meu Deus!
É preciso tirar dos olhos a névoa da ilusão que embaça a visão, distorce imagens e altera os fatos.
Também ferimos pessoas, mesmo que não o tenhamos percebido.
É necessário pensar um pouco mais, espantar a tristeza, enxugar as lágrimas e seguir em frente, sem ilusões.
Reconhecer que cada pessoa dá o que tem para dar.
Uns oferecem o ácido da traição, o engodo da hipocrisia, o fel da ingratidão, pois é o que alimentam na alma.
Outros são incapazes de ferir ou provocar sofrimento nas pessoas que caminham ao seu lado.