O brado do extemporâneo

Uma roda de amigos engravatados forma-se e sobre eles gira o assunto mórbido e decadente. Religião. Homens compartilham o mesmo pensar deflagrado e adulterado pelo sistema de conduta seguido a risco. A bíblia aberta sobre a mão espalhada de um articulista que se diz altruísta deixa claro o vírus de ignorância presente, é para todos os enganados um sinal maior de conhecimento. Da boca do altruísta sai o mal que acompanha o ser humano desde o inicio dos tempos. Todos em volta dele embebedam-se com as palavras alcoolizadas, todos em volta maquinalmente erguem para o céu as mãos, tomam pra si o ópio.

Sob os pilares de uma moderna construção na qual é visada a mais arquitetadas das construções - é preciso conforto para se garantir na ida para o céu. Cristãos dão as mãos e assim aumentam a corda dos próprios enforcamentos, os enforcamentos pelas crenças, pelos cânticos, pelos ditos, pelas hipocrisias liberadas sem noção.

O altruísta continua a fazer seu discurso com mais gestos e lagrimas do que com palavras ele faz isso sempre, ele carrega milhões proferindo asneiras e sendo o centro das atenções, ele grita alto e cita os versículos escolhidos e repetidos tantas e tantas vezes, eles expulsam demônios, eles curam, eles são milagreiros, eles são mensageiros de um deus, eles discípulos de um deus, eles são homens divino. São imagens e semelhança de um deus morto.