Lembranças...

Estou eu aqui novamente, dissertando alguns eventos ou efeitos da vida. Agora, me prendo num tópico que de certa forma me faz bem, traz um sorriso puro, forçado talvez, mas puro. É agradável evocar recordações de uma época não tão distante no tempo, onde alguns flash's recorrem constantemente à frivolidade do imaginário, e sonhos antigos tornam-se meros e passageiros suspiros não realizados. Existem muitos deles, muitos suspiros mal realizados, muitas lágrimas mal entendidas, muitas alegrias mal direcionadas.

O que posso concluir da minha infância? Momentos passados que não mais retornam? Sim, momentos passados, que só retornam com a contração reforçada do cérebro. Existe uma certa distância nos pensamentos, que transmite uma ligeira perda, um esquecimento, um desatino de idéias. Ao trabalhar com o passado, temos que estar concentrados e analisar passo a passo o que foi feito do nosso "destino". Uma força sempre nos leva pra baixo, e outra nos puxa pra cima, e nossa infância, ou nossa passagem pelo descompromisso das gerações, influencia diretamente a nossa intelectualidade e os nossos comportamentos nas relações individuais e/ou coletivas. Entender a si próprio e todas as sensações que envolvem o momento sinérgico merece um retorno a épocas em que a vida tinha uma cor mais brilhante e não existiam oponentes para sua espada de madeira, ou para sua metralhadora de água.

Quando criança, eu conseguia entender melhor meus sentimentos? Não sei... Durante este período de transformações onde somos subjugados à uma tempestade de novas informações e novas sensações, que de certa forma nos alimentam, para enfrentar o mundo fora da "redoma de cristal", sim, quem não teve um mundo imaginário? Quem não viveu no mundo da lua, ou ainda vive? Quem nunca falou com seu brinquedo, ou praguejou para algum amigo imaginário? São fases, ou talvez... a evolução.

Ok, mais uma pausa. Procuro recordar alguns momentos "felizes" e alguns outros "tristes" da minha infância. Não consigo definir com certeza tais sensações, parece tudo tão longe, apagado... Creio que o presente se sobrepõe ao passado, e os únicos sentimentos que permitem certo "entendimento" são, a saudade e o amor. Saudade muito grande de voltar a ter o espírito e a ingenuidade positiva de uma criança, vivendo o seu mundo, chorando muito pela manhã, e gargalhando mais ainda durante a tarde. A sinceridade nos sentimentos de uma criança me atrai, elas parecem "saber o que querem". Amor... algumas crianças são carinhosas, em contrapartida, muito tímidas. Isso atrapalha a forma de expressar o amor, o carinho, a necessidade. Sempre idealizando um mundo alegre, onde apenas imaginar é o suficiente, não existe luta contra si, apenas contra o vaga-lume gigante, ou o boneco assassino. Seria esta a compreensão definitiva da vida? Ser criança... sempre?

Na infância... quais foram seus sonhos? Seus desejos? Seus pesadelos? Suas alegrias falsas/verdadeiras? Seu sorriso doce e sua aparência angelical... perdidos no abismo da velocidade... e do tempo?

LK
Enviado por LK em 11/09/2006
Código do texto: T237504