Das hipocrisias em minha volta

Estou rodeado de hipocrisias e isso me perturba tanto quanto um piolho no couro cabeludo. Ter que ouvir asneiras que alguns insignificantes sem total razão liberam de suas labutas bucais escandalosas é de mais pra mim, um imoralista. Quanto mais tento me manter distante mais vírus pestilentos aproximam-se de mim a corroer meu silêncio, a agarrar minha vontade de aniquilar, de dizer tudo que penso sem economizar palavras e enterrar de vez o verme sem alguma chance de se levantar.

Está em minha casa dentro de uma caixa de som e imagem, está em volta da minha casa na igreja ao lado do pastor que berra incessantemente, está em meu trabalho, está em minha volta, está em qualquer lugar por que o ser humano com sua sabedoria de asno são as próprias hipocrisias, carregam os trapos de verdades, comem e bebem dessas verdades bebem em demasia e se inebriam. Fazer parte de uma sociedade que crer em tudo que ouve, fala o que não entende, transmite o distorcido mais distorcido ainda e não aceitam de forma alguma a realidade lógica das coisas. Viver ao lado desses semeadores da podre verdade é tarefa difícil e agonizante.

Queria não depender do capitalismo, assim seria um homem livre para viver distante de qualquer forma de vida, pois para os hipócritas 10.000 mil quilômetros distantes de mim é pouco. É fator marcante mencionar Robson Crusoé e sua hipocrisia vergonhosa quando preso em sua ilha deserta distante de qualquer forma de vida que não fosse à dos primatas, não soube viver em harmonia com a natureza, não suportou a distância dos seus semelhantes e quase chegou ao ponto de enlouquecer, chorou, chamou pelo imaginário e aumentou ainda mais suas ilusões sem lógica em torno do divino, em torno do crucificado. Conclusão: um homem hipócrita torna-se mais hipócrita quando afastado da sociedade, quando povoa em seus sentimentos a solidão, quando não a mais pra quem titubear, enganar e direcionar sua falências de pensamentos. O contato humano vicia e derruba o homem fraco, o homem sem a liberdade do seu próprio ego.

Como Nietzsche escreveu em uma de suas obras mais fantástica o Ecce Homo sobre outro livro Humano, demasiado humano: “Onde vós vedes coisas ideias, eu vejo coisas humanas, ah, coisas demasiado humanas!” em tudo que se enlaça ao homem é demasiado em se tratando de falsas verdades. O obvio é bem difícil de ser enxergado, todos comem de verdades ilógicas pelo simples motivo de não enxergarem o obvio ofuscando em suas caras pálidas e ainda pisam e repisam por sobre elas. Viver ao lado do populacho é algo viscoso e nojento que me enoja sempre.