LIBERDADE...
Rouba-me o sono, rouba-me a vontade,
Mas por favor não me tires a liberdade
Venda-me os olhos, finge-te de louca,
Mas por favor não me tapes a boca
Provoca o sono, eleva a solidão,
Mas admite a existência de um não.
Se um dia eu quiser sair nu à rua,
Nunca digas que sofro mal da lua.
Provoco as normas, rasgo o sistema
Mas não te quero a criticar o lema.
Somos vergados pela oligarquia,
Deixem-me vociferar até ser dia.
Cantem mornas, chorem coladeras
Deixem-me recitar as Primaveras.
E quando morrer não quero mortalhas,
Porque foi o fim de muitas batalhas...
Então de olhos turvos e moribundo.
Gritarei para ti e para o mundo,
Rouba-me o riso, atrofia-me o ser.
Mas a liberdade não, enquanto viver.