LIBERDADE...

Rouba-me o sono, rouba-me a vontade,

Mas por favor não me tires a liberdade

Venda-me os olhos, finge-te de louca,

Mas por favor não me tapes a boca

Provoca o sono, eleva a solidão,

Mas admite a existência de um não.

Se um dia eu quiser sair nu à rua,

Nunca digas que sofro mal da lua.

Provoco as normas, rasgo o sistema

Mas não te quero a criticar o lema.

Somos vergados pela oligarquia,

Deixem-me vociferar até ser dia.

Cantem mornas, chorem coladeras

Deixem-me recitar as Primaveras.

E quando morrer não quero mortalhas,

Porque foi o fim de muitas batalhas...

Então de olhos turvos e moribundo.

Gritarei para ti e para o mundo,

Rouba-me o riso, atrofia-me o ser.

Mas a liberdade não, enquanto viver.

Ângelo Gomes
Enviado por Ângelo Gomes em 11/09/2006
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