SOMBRAS...
Passei a mão pela pele… tão suave… tão fria
Ainda não é dia, o sol tarda em rasgar o horizonte
Mas no monte que dá dimensão ao sono, há sombras
Há palavras que flagelam como a corrente da ria
Não consigo dormir, mas a noite está tão calma!...
É quase um convite da alma a um mergulho sedoso
Mas há sombras… há barreiras que nos barram o caminho
Há um mesquinho sentido de contra senso
Há um palpitar tenso que nos obriga a reflectir
Não consigo dormir… não consigo gozar a noite
Os olhos, cansados, apelam no sentido de intervir
Como que sugerindo um ponto de ordem aos sentidos
Que, retidos na apoteótica sensação do poder
Não me deixam penetrar na suavidade do ser
Porque há sombras… Porque há débito em relação à vida!...
Ângelo Gomes – 16/07/2010 – 6h10