Peralá...
Wilson Correia
Peralá...
Então sou obrigado a sorrir?
Praque? Para atender ao gosto
de que diabos humanos?
Peralá...
Tenho mesmo de ser cordial?
Praque? Para cumprir a etiqueta
de nossa carcomida relação social?
Peralá...
Meu dever é o politicamente correto?
Como ser candidamente inofensivo em
uma sociedade estruturalmente destrutiva?
Peralá...
Se meu coração estiver doendo, irá doer.
Não tenho que sorrir para iludir.
Só conseguirei ser o que sou.
Peralá...
Não nasci para ser cordeiro. Sou certo tanto
quanto é certo o torto de um do anzol.
Nada é ou está feito: sou exatamente o que
dou conta de fazer de mim.
Peralá....
Respeite!
É o que a mim me basta.
Por hoje, sim.