MOMENTOS...
Rasgo o coração de sangue coalhado,
De uma vida trivial e corriqueira,
De sons com o zumbido de uma feira,
De acres como um iogurte retardado
Rasgo o peito de entregas mal vividas,
De ingratos e dizeres mal encaixados,
De linhas e corredores enviesados
De súmulas e lembranças mal sentidas...
Rasgo a face que suporta os olhos,
De mal ver e péssimos carinhos,
De um sabor igual a tantos vinhos,
De um prédio a que não faltam escolhos...
Rasgo o corpo, dilacero a sorte,
De uma vivência de sorriso e choro,
Como se o corpo se juntasse ao coro
Que a todo o momento me deseja a morte...