SER OU FAZER-SE HUMANO?
Movimentos delirantes, ritmo, agitação,
a confusão de grandes multidões.
Louca alucinação da vida urbana.
A vida passa como o brilho de um raio
que quando vemos já não se vê mais.
Cercados por paredes acinzentadas,
contemplamos o verde pelas vitrines
e nos jardins centrais,
somos prisioneiros das nossas decisões.
A insanidade batendo à nossa porta
deixa-nos atordoados, sem rumo.
Gestos programados, vida automatizada.
Somos máquinas destinadas apenas
para a produção em ritmo cada vez mais acelerado.
O tempo passa, a vida passa,... vida?
A humanidade é reduzida a um simples fazer,
Um fazer humano, fruto da própria insensatez.
Sem a essência do ser, caminhamos...!
Caminhamos aleatoriamente, perambulando
pelas esquinas e becos da nossa mesquinhez e solidão.
O que nos livra da demência total
é uma inquietação interior que faz vibrar no corpo
os vestígios do ser humano adormecido, inerte!
Nossa alma grita por socorro, implora por liberdade,
indicando que algo está errado, que existe uma outra dimensão
além da que nossos olhos podem enxergar,
outra realidade que está além da que os nossos
sentidos podem perceber ou a mente racionalizar.
A flor que brota no deserto resistindo à aridez do solo
e ao calor do sol, indica que existe esperança,
que ainda podemos ter esperança!
Há dentro de nós um ser humano que vibra,
que resisti a nossa ignorância e ao calor
das nossas frívolas teorias.
Não somos máquinas,
nossa vida não se resume em um fazer,
somos mais que a matéria,
existe um propósito especial na existência,
somos SERES HUMANOS.