VIDAS ...

Passa-me o pão, empurra-me a manteiga,

Estende-me a tua mão de forma meiga,

Não desesperes que amanhã é outro dia...

Dorme sob os claustros do silêncio,

Esmaga o cancro do abismo e vence-o,

Iventa forças, evita a nostalgia...

A vida foi madrasta e de traição funesta

Criaste rugas em redor da testa,

Lutaste contra ‘tubarões’ sem rosto...

Tiveste uma juventude promissora,

Acabaste enxovalhada pela vassoura,

Dos que sabem descansar no fogo posto...

Não chores que o teu dia chegará,

Mesmo se alguém te mostrar o alvará

De um futuro feito de mortalhas...

O meu olhar de esperança é teu irmão,

Juntos afastaremos da tua solidão

Cutelos, catanas e navalhas...

Ângelo Gomes
Enviado por Ângelo Gomes em 16/09/2006
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