SENSAÇÕES ...
De terra e argila é o teu semblante,
De ferro batido a tua vida errante,
De águas agitadas são os teus Natais...
De prados vazios e jardins sem flores,
De quadros em branco, peitos sem dores,
De braços caídos e tantos sinais !!!
Arranco da vida pedaços de nada,
Fustigo a cabeça, pego numa enxada,
Rasgo caminhos sem saber o trilho...
Leio-te um romance ao adormecer,
Faço as contas do deve e haver,
Como se na frente tivesses um filho !!!
E assim te vejo de todo insensível,
De ideias curtas e corpo imovível,
De bases escuras e pele enrugada...
Na aldeia dos sempre agastados,
Sorrisos e sentimentos abafados,
Numa avenida sempre inacabada !!!