Preconceito
Houve momentos em que o mundo me deu vontade de amputar os punhos à sangue frio, no entanto, nem tudo é sombrio.
Daqui a uns anos talvez colha alguns frutos entoxicados que me jogaram ao longo da vida. A minha geração não tem receio do novo, não torce o nariz às divergências culturais e ao contrário do que hoje acontece, eu desejo crer que nenhum de nós vai envelhecer propagando censura em cada canto. Os meus pais observam-me como fazendo parte de uma geração rebelde, envergonhada pelas atitudes ancestrais a que me forçaram. Eles têm conhecimento disso, mas não podem adaptar-se à transformação!
Quero acreditar que os meus filhos vão ter possibilidade de respirar autonomia e que não vão sentir vergonha de mim, nem do mundo onde habitam, contaminado de preconceito.