Roda do Tempo

O tempo, na verdade, não passa de um simples conceito. Não vivemos em uma linha de tempo reta como um plano cartesiano, infinita e paralela a tudo.

O tempo é circular. Tudo o que acontece, se repete. Tudo teve um fim e um início, mesmo que aparentemente não possa ser visto. Viemos de algum lugar, voltamos pra algum lugar, e de novo estamos aqui. Chamam a isso de roda da vida, roda do destino, roda do acaso, mas sempre uma roda.

Sempre uma roda, porque não se sabe a origem de tudo, e nem onde se finaliza para se reiniciar. Uma roda porque estamos sempre, em qualquer ponto, à mesma distância de situação contrária, que acontecerá, porque a roda gira, sempre gira.

Lenta, rápida, opressora, esmagadora, carinhosa, controlada, mas sempre girando.

Girando e renovando o que se passa a seu redor, renovando o ciclo que não possui um início, e que não terá fim.

O tempo passa, mas não pra nós, pois estamos dentro do tempo.

O tempo é conceito, idéia que se passa na mente para que se possa estabelecer um controle, sobre algo que nem mesmo lá existe.

Falo sobre o tempo, mas o que é o tempo? Não o sinto, não o cheiro, não o escuto.

Mas sei que ele está lá, sei que é uma roda, e sei que gira sem parar.

Somos apenas brinquedos, marionetes, ramsters presos dentro de uma bola de plástico chamada tempo, onde todos os dias são iguais, mesmo que olhemos de formas diferentes.

Sempre iguais. Mas sempre diferentes.

Diferentes porque o tempo é uma roda que gira, mas nunca se desfaz de tudo o que sabe, sempre se aumenta com tudo o novo que aprende.

Todos os dias são iguais, o que muda então é apenas a forma de enxergar os dias.

É sempre a mesma coisa.

Tudo se repete.

Tudo é uma roda.

Tudo é o tempo.

O tempo é tudo.

O tempo é o tempo.

Apenas tempo...

Eduardo Setzer Henrique
Enviado por Eduardo Setzer Henrique em 27/09/2006
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