Sobre diálogos

Que bom que todos tenham idéias, posicionamentos, opiniões, afinal, somos seres pensantes. Mas parece que sempre se quer fazer dominar uma idéia. Sim, o outro tem todo direito de pensar diferente, de discordar do que eu falo, mas “eu” sempre estou certo. É interessante notar como os diálogos se tornam monólogos intercalados, como diria Mário Quintana. Não há um ponto de partida, há um ponto em questão, mas nunca a partida. O convencimento sempre vem de uma das partes. Se aproveita do discurso alheio somente o conveniente, o assunto passa ligeiro, sem por vezes merecer a devida atenção. O assunto ou problema discutido cede seu lugar aos posicionamentos pessoais e, mais do que isso, à defesa destes. Frutos disso? Eu fico a pensar: se nessa relação (diálogo) ninguém se deixa penetrar, como vai nascer algo daí?