NO TEU OMBRO...

No teu ombro escondo e disfarço o meu cansaço

Me refugio de tempestades frias e ocasionais

Suspendo acções, afazeres e tudo o mais

Para me entregar ao sentir do teu abraço

No teu ombro verto e enxugo o meu pranto

Roçando as faces por todo o teu tecido

Esperando no final jamais ter esquecido

As tuas palavras que foram o meu manto

No teu ombro anulo o ónus da turbulência

Acalmo o sangue irracional que me invade

Afasto de mim a nociva outra metade

Que me perturba o bem-estar e a essência

São os momentos em que saio do escombro

Aqueles em que me instalo no espaço da ternura

Como em tudo da vida o efeito não perdura

Mas guardo sempre a memória do teu ombro.

Ângelo Gomes

Ângelo Gomes
Enviado por Ângelo Gomes em 20/10/2010
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