Te amo

Te amo. Não te sei dizer por qual razão. Sequer porque não. Mas sei, sinto, que te amo. Te amo. Não te amo pelo teu corpo. Sequer pelos teus cabelos. Muito menos pelos teus olhos. Te amo porque te amo. Te amo, e não o sei tornar inteligível. Te amo pelo conforto que me cedes. Te amo no momento em que me abraças. Te amo quando garoa ou no instante em que o sol irradia. Te amo quando estás próxima de mim. Mas também te amo quando estás distante. Vou permanecer a te amar se um dia deixar de me amar. Vou permanecer a amar-te quando vários anos passarem. Vou permanecer a relembrar-me dos teus braços e abraços, do teu riso e sorriso mesmo se fores embora. Vou continuar a amar-te dessa maneira, sem explicação, mesmo tu não o entendendo. Vou continuar neste rumo onde tu permaneces ao meu lado, à distância de um abraço comprimido daqueles que perduram uma eternidade, daqueles que nos recordamos quando diversos anos passarem. E, nessa altura, estarei contigo e direi que te amo, mesmo já quando os meus olhos pouco enxergarem, mesmo já quando a minha pele estiver enrugada, mesmo quando já não me recordar do restante. Quando isso acontecer, vou lembrar-me de ti, e vou falar que te amo, e isso irá deixar-me feliz, ao menos mais uma vez. Existem coisas que não se apagam, e que permanecem. Para sempre. Ainda que não tenham explicação. Te amo intensamente. Um dia entenderás isso, um dia. Um dia quando acordares e sentires o cheiro do amanhecer e o odor das flores no primeiro dia de uma primavera que há de vir. A nossa primavera.