SUSSURRA-ME AO OUVIDO...

Diz-me… diz-me coisas que eu quero ouvir

Não me fales de guerras nem de desavenças universais

Conta-me o que fizeste, com quem foste sair

Que opinião tens sobre costumes ancestrais

Sussurra-me ao ouvido o teu poema de vida

Assim devagarinho para parecer tranquilo

Mesmo que a tua noite tenha sido enriquecida

Conta-me suavemente como o ‘cantar’ do grilo

Diz-me coisas que almofadem o meu adormecer

Que me façam arrepender de não estar contigo

Eu prometo que ouço sem me entristecer

Pois mais que o estado de nostalgia não consigo

Transmite-me ao ouvido as tuas gargalhadas

Os momentos hilariantes que te galvanizam

Os sorrisos que te ocorrem, as noites nubladas

As lágrimas que vertes quando te martirizam

Conta-me tudo, nada deixes por dizer

Quero ouvir o tom da tua voz sem vacilar

Quero sentir que me falas sem tremer

Diz-me adeus, aquece o meu débil respirar.

Ângelo Gomes

Ângelo Gomes
Enviado por Ângelo Gomes em 30/10/2010
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