O MEU PEITO ...

O meu peito... ah o meu peito de cetim

Cansado como flor seca de jasmim

De esperar a invasão de sangue novo...

Te sente a anos luz da realidade

Colonando de trevas e ansiedade

O mar das ilusões em que me movo

Em sonhos te vejo junto à foz

De silêncios sem rumores nem voz

De um Tejo agitado por correntes...

Outras, nos trilhos do esmerado Minho

Cabelo ao vento, cheiro a verde pinho

Pensando em tudo menos no que sentes

De receio ao erro se fazem os teus dias

Noites em claro enquanto tu dormias

Me conduziram ao éter do imaginário

Vejo-te, sem te ver, de olhar entristecido

Como saldo em branco, algo emudecido

De apelos estendidos em rosário.

Ângelo Gomes
Enviado por Ângelo Gomes em 09/10/2006
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