COMPAIXÃO

Existe uma grande diferença entre o sentido de compartilhar e doar. Quando você se propõe a doar está dando algo que falta ao outro. E por trás de toda falta há uma mente impiedosa...

Compartilhar é Tântrico. No compartilhar você convida seu centro a brincar e nesse processo transformador não importa se o outro tem ou não tem. A falta ou a fartura do outro é irrelevante. O compartilhar é inocente.

Quando você compartilha divide aquilo que está pingando de suas mãos; é preciso dividir aquilo que está sobrando e derramando. E essa é a verdadeira alquimia --- a sua alma se misturando no outro.

A doação lembra muito a caridade. E só os padres e políticos podem ser caridosos. Isso não tem nada a ver com um estar pleno de Deus. Caridade envolve a personalidade. A caridade vem acorrentada à mente. Pronto, lhe prestei um favor. Pronto, matei sua fome por hoje. Pronto, agora me agradeça! A mente é ladina... Tremendamente esperta.

É preciso haver uma grande conexão com o todo para que você compartilhe o que está escorregando de suas mãos. E o amor é único elemento alquímico que escorrega e pinga. O amor sai pelo ladrão. É impossível guardá-lo.

Nesse momento o seu compartilhar é divino e luminoso. Corre para os lados, corre para o chão, para uma planta, para um animal, uma criança, uma nuvem... Não importa para onde seu compartilhar vá; ele o deixa mais leve, mais livre e mais radiante. Essa é a verdadeira oração.

Quando você compartilha existe aí um ato de tamanha compaixão que não pode ser negado. A caridade em nada se assemelha a essa tal liberdade. Compartilhar é ser inocente. É ter uma tamanha compaixão por tudo e por todos que você não pode segurar. Conter isso seria uma miséria, quase uma morte. Conter isso é como reter o fluxo do leite do seio que tem que alimentar o filho. Conter o próprio compartilhar é como um crime silencioso.

Não importa para quem você dê. Deus está chegando e você precisa deixar seu liquido precioso correr por aí.

O compartilhar é como uma árvore doadora de sua sombra fresca.

O fruto é como o amor doador do sabor que nutre a vida.

A flor é a compaixão e por ser tão vulnerável é forte como o aço que mantém o espírito livre.

São Três fragmentos da natureza do seu coração que você não pode deixar no escuro.

A compaixão tem algo extremamente belo, espontâneo e fresco. Você pode morrer se não dividir a sua canção... Não importa onde, nem para quem você esteja dando. Permita que Deus transborde de você sempre que sentir que a compaixão está vindo...

É uma bela maneira de deixar a vida lhe trazer mais vida.

Siga o fluxo e quando a sua oração estiver vindo, cante essa canção!

Universo em Você
Enviado por Universo em Você em 11/10/2006
Código do texto: T261824