Mãos da desculpa
Mãos da desculpa
Crianças que crescem sem referência, sem nomes, sem direito a vida, sem infância, sem dignidade humana, sem presente e sem direito a futuro.
Estendemos a elas as mãos da desculpa, lavadas e ensaboadas em nossas falsas verdades, purificadas em nossas falaciosas crenças, e protegidas em nossas arrogantes posições de que a culpa não é nossa. Só podemos ter pena, entregar nossas sobras e migalhas, e torcer para que isto baste para mudar.
Nossas mãos estão sujas com o sangue justo de milhões de crianças, mas e daí? Cremos no transcendental, em uma força superior que tudo vê, que tudo sabe e que tudo pode, mas que se esconde atrás de punições futuras, permitindo a estas mesmas crianças serem punidas na carne, no momento presente. Longe de mim ser contra as crenças sinceras, mas nos esconder atrás delas é que me frustra. Aos sérios crentes, que sabem a força de um trabalho social coletivo, que se empenham como podem em ajudar a transformação, sem apostar suas fichas unicamente no místico, minha total reverência. A estes crentes, me somo de corpo e alma em sua jornada.
O curso do poder econômico usurpa o direito a dignidade humana de uma imensa parte da população mundial. A globalização faz do mundo uma única bolsa de apostas financeiras. Pessoas nada são neste monstruoso mundo que criamos.
Mãos da desculpa são estendidas como caridade, e mais uma vez, enquanto uma mão deposita caridade, a outra a utilizamos para esconder nossos olhos desta verdadeira e triste realidade, que poderíamos, unidos, transformar.
Tenho aversão pelos que pensam ter a certeza de nossa salvação. Tenho certa pena dos que mais se importam em se salvar, do que em lutar pela salvação, nesta vida, daqueles que verdadeiramente sofrem do abandono social.
Mãos da desculpa
Crianças que crescem sem referência, sem nomes, sem direito a vida, sem infância, sem dignidade humana, sem presente e sem direito a futuro.
Estendemos a elas as mãos da desculpa, lavadas e ensaboadas em nossas falsas verdades, purificadas em nossas falaciosas crenças, e protegidas em nossas arrogantes posições de que a culpa não é nossa. Só podemos ter pena, entregar nossas sobras e migalhas, e torcer para que isto baste para mudar.
Nossas mãos estão sujas com o sangue justo de milhões de crianças, mas e daí? Cremos no transcendental, em uma força superior que tudo vê, que tudo sabe e que tudo pode, mas que se esconde atrás de punições futuras, permitindo a estas mesmas crianças serem punidas na carne, no momento presente. Longe de mim ser contra as crenças sinceras, mas nos esconder atrás delas é que me frustra. Aos sérios crentes, que sabem a força de um trabalho social coletivo, que se empenham como podem em ajudar a transformação, sem apostar suas fichas unicamente no místico, minha total reverência. A estes crentes, me somo de corpo e alma em sua jornada.
O curso do poder econômico usurpa o direito a dignidade humana de uma imensa parte da população mundial. A globalização faz do mundo uma única bolsa de apostas financeiras. Pessoas nada são neste monstruoso mundo que criamos.
Mãos da desculpa são estendidas como caridade, e mais uma vez, enquanto uma mão deposita caridade, a outra a utilizamos para esconder nossos olhos desta verdadeira e triste realidade, que poderíamos, unidos, transformar.
Tenho aversão pelos que pensam ter a certeza de nossa salvação. Tenho certa pena dos que mais se importam em se salvar, do que em lutar pela salvação, nesta vida, daqueles que verdadeiramente sofrem do abandono social.