Andar opressor
Não escrevo sobre um andar novo, sequer sobre um antigo. Não redijo sobre apartamentos, sequer casas. Escrevo acerca de uma condição opressora a qual, mais cedo ou mais tarde, sucede a qualquer um.
Vai uma pessoa despreocupada pela via pública, quando, sem mais nem menos, acha-se lado a lado com outra. No começo parece natural. Quem anda pela via pública, arrisca-se a achar outras pessoas. O problema torna-se visível quando se notam que vão na mesma direção, sentido e à mesma velocidade. Nesse momento dá início a ansiedade. Aquela pessoa estranha, que não conhecemos de lado algum, anda a nosso lado. E isso está destinado às pessoas que conhecemos.
E lado a lado seguem andando.
Observam pelo canto do olho.
Terá possibilidade de ser alguém conhecido.
Mas não é esse o caso. Entretanto, começam a procurar mudar a velocidade, para que uma delas se sobressaia. O pior é se as duas suavizam ou agilizam o mesmo... A partir daí é necessário alterar de direção. Ainda que seja para contemplar uma vitrine de casa comercial.
Depois da parelha desfeita, ambas voltam ao alívio do conhecido...