Andar opressor

Não escrevo sobre um andar novo, sequer sobre um antigo. Não redijo sobre apartamentos, sequer casas. Escrevo acerca de uma condição opressora a qual, mais cedo ou mais tarde, sucede a qualquer um.

Vai uma pessoa despreocupada pela via pública, quando, sem mais nem menos, acha-se lado a lado com outra. No começo parece natural. Quem anda pela via pública, arrisca-se a achar outras pessoas. O problema torna-se visível quando se notam que vão na mesma direção, sentido e à mesma velocidade. Nesse momento dá início a ansiedade. Aquela pessoa estranha, que não conhecemos de lado algum, anda a nosso lado. E isso está destinado às pessoas que conhecemos.

E lado a lado seguem andando.

Observam pelo canto do olho.

Terá possibilidade de ser alguém conhecido.

Mas não é esse o caso. Entretanto, começam a procurar mudar a velocidade, para que uma delas se sobressaia. O pior é se as duas suavizam ou agilizam o mesmo... A partir daí é necessário alterar de direção. Ainda que seja para contemplar uma vitrine de casa comercial.

Depois da parelha desfeita, ambas voltam ao alívio do conhecido...

Tatiane Gorska
Enviado por Tatiane Gorska em 26/11/2010
Código do texto: T2638351
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