Somente

Eu quero uma despedida cheia de amigos, reunindo a família

inteira.Recebendo abraços e brincando com todos, sendo professor e aluno ao mesmo tempo e como tal "Ensinar aprendendo e assim, aprendendo a ensinar".

Correr por fora de regata, bermuda e chinelo sambando um forró pelo

Brasil inteiro e depois perder-se num mundo paralelo de camisa desabotoada, calça descolada e sapato ou num terno de pele desbotada do calor e cloro e é claro sem a corda no pescoço, já que não consigo dar nó em gravata e muito menos ter dó de mim mesmo, quando grito bem alto:

-Estou com dor de garganta.

Sou mesmo uma anta e embora saiba o caminho de volta pra casa, desconheço a razão pela qual os bons filhos retornam e esperam a morte ao invés de percorrer a vida;feito um menino que aguarda a tarde toda a fim de ver as mesmas moças de ontem passarem em frente a sua janela, exalando o perfume das rosas como se fossem delas;e enquanto ele apenas admira as flores, desejando provar o sabor de cada pétala ao imaginar:

-Meus amores...

Na verdade eu penso, que ser humano algum nos pertence, é que a única maneira de relaxar é chamar alguém de meu e dizer ao mesmo:

-Um dia também serei seu.

Como se fosse uma prova de amor, amar o poder da conquista, alimentando o próprio ego achando que é bom o bastante pra ser o próprio Deus, ao deixar alguém com saudade e nem sequer agradecer com um;Amém.Tomando a liberdade de partir sem mais, nem menos, dizendo somente adeus.

Almeida Silva
Enviado por Almeida Silva em 06/12/2010
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