SORRISOS DE ESPUMA ...

Lágrimas ardentes como larva que desce da montanha

Sorrisos áridos como flechas que sobrevoam o espaço

Horizontes sem fim, de visionamento baço

Mãos que se cruzam como borboleta que se vê e não se apanha

Sorrisos de espuma como onda a flectir na areia

Colagens de corpos em constante avenida sensual

Gritos de alerta porque ao longe se detectou uma sereia

Ávida de anunciar que a vida não é um Carnaval

Cabelos ao vento, brisas frescas de ternura

Pensamentos herméticos que mantêm a clausura

De desejos longamente amordaçados

Teu sorriso, teu arejar brando, palpitante

Teu esbracejar em ‘lume’ céptico, errante

Adormecendo na penumbra dos teus fados

Ângelo Gomes
Enviado por Ângelo Gomes em 16/10/2006
Código do texto: T265796