POETA É POESIA!

Poetizar é tornar-se oferenda à vida em seu dom de criação.

Isso se dá na admirável plenitude do ofertório e seus aguçamentos.

E a poesia é resultado da entrega plena a essa comum união.

Ser poeta é fazer vir à tona pensamentos; é refinar sentimentos.

Quando deles percebe-se a magia, o lampejo, a vibração.

Impulsiona de dentro pra fora e aflora e de lá se aprimora.

É expressar o espírito em tela mental de contemplação.

Nesse ciclo não se está imune ao temor e destemor da dor criadora.

Ser poeta é mergulhar silenciosamente em seu mar de si.

Poetizar é atentar para o óbvio que se doa e que se põe à revelação.

É sentir acender uma centelha adormecida de dentro que te sorri.

E dali ganhar força e corpo e se manifestar na comunicação.

É alavancar a sensibilidade fazendo espírito e inspiração fluir.

Desse processo ora quieto, ora irrequieto a palavra se presta.

Tudo acontece nos meandros e labirintos neurais a se abrir.

É chamar a atenção aos sentimentos, na emoção que se manifesta.

Um ser, movimento que desestrutura seu epicentro, aviva sua acuidade.

O simples e o abstrato alimentar-se pela sua viril intuição.

Poetizar é buscar no intimo, no âmago, sua criatividade.

É possuir e entender-se no seu melhor, o Dom da revelação.

O ideal então se põe e dispõe pelas vias da imaginação.

O ficar em sintonia com o universo, usando sua tenacidade.

Doação maior que transforma o pensamento em inspiração.

E as peças do mosaico ligam-se dando nexo à expressividade.

Ser poeta é olhar com olho divino, à vida em sua imensa vastidão.

Vem como eco de uma voz que te chama à expressão em claridade.

É a sutileza nos diversos pontos de vista, em grandeza e percepção.

Do monólogo interior surge o diálogo dando a ti a fecundidade.

É ter espírito aguçado da essência do pressentimento em expansão.

O fio lógico então se dá no nexo causal unindo as dispersas partes.

É sentir-se em instante iluminado, em sua letargia de reflexão.

É de repente sentir-se nu diante da sua insustentável leveza d’artes.

Descortina-se aí a necessidade de ligar e amalgamar cada elo.

Poetizar é intensidade das emoções; é vestir-se de transparente véu.

Na dança do ventre, da mente, santa e profana ao som do violoncelo.

E na luminosidade da sabedoria, conjugar-se em sublimação ao léu.

É exercício de atar e desatar, abstrato e concreto em gestação.

Por esse caminho inóspito detonam-se regras e convenções.

E na euforia do ânimo, com prazer, achar-se em identificação.

Fecundo deleite de valioso conteúdo dos sentimentos em conexões.

Dueto: Lufague e Hilde

Veja o poema em vídeo:

POETA É POESIA! - Dueto: Lufague e Hilde

http://www.youtube.com/watch?v=9lQyn8_PCfE

Navegando Amor
Enviado por Navegando Amor em 10/12/2010
Reeditado em 18/12/2010
Código do texto: T2664636