VERDES SÃO OS CAMPOS...

Curtos são os horizontes que nos apraz alcançar

Longas são as calçadas que oscilam a nossos pés

Agrestes se adivinham as brisas e as marés

Difíceis são os senãos que há para abalroar

Verdes são os campos das nossas incertezas

De relvas onduladas e cristas imperiais

Papoilas de cor viva a lembrar os arraiais

Onde as mágoas se aliviam no tampo de várias mesas

Não me doem as mãos quando solto a minha esperança

Não sufoco a garganta quando abafo o meu suspiro

Como não imponho a minha presença e me retiro

Mesmo com reticências quando o mundo avança

À luz das nossas quimeras verdes são os campos

Ao som dos silêncios se nos embarga a voz

Tristes dos que estagnam condenados a estar sós

Amarrados com cordéis e sofrendo a dor dos grampos.

Ângelo Gomes

Ângelo Gomes
Enviado por Ângelo Gomes em 13/12/2010
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