VERDES SÃO OS CAMPOS...
Curtos são os horizontes que nos apraz alcançar
Longas são as calçadas que oscilam a nossos pés
Agrestes se adivinham as brisas e as marés
Difíceis são os senãos que há para abalroar
Verdes são os campos das nossas incertezas
De relvas onduladas e cristas imperiais
Papoilas de cor viva a lembrar os arraiais
Onde as mágoas se aliviam no tampo de várias mesas
Não me doem as mãos quando solto a minha esperança
Não sufoco a garganta quando abafo o meu suspiro
Como não imponho a minha presença e me retiro
Mesmo com reticências quando o mundo avança
À luz das nossas quimeras verdes são os campos
Ao som dos silêncios se nos embarga a voz
Tristes dos que estagnam condenados a estar sós
Amarrados com cordéis e sofrendo a dor dos grampos.
Ângelo Gomes