SE...
Se o teu olhar é irmão da nostalgia
Se o teu albergue tem a forma de um jazigo
Então eu quero estar sempre contigo
No calor da vida ou na noite fria
Se a tua voz se perder na emoção
Se o teu espaço se reduzir ao diminuto
Não preciso sequer de ser astuto
Porque vegetar deixa de ser razão
Dormir passa a ser dor sem alívio ou cura
De tez indefinível mas duradoira e escura
Como cavernas sem ventre nem saída
Se o teu amanhã for tão leve quanto a pena
De voo planado e aproximação serena
A tua imagem jamais será esquecida
Ângelo Gomes