SE...

Se o teu olhar é irmão da nostalgia

Se o teu albergue tem a forma de um jazigo

Então eu quero estar sempre contigo

No calor da vida ou na noite fria

Se a tua voz se perder na emoção

Se o teu espaço se reduzir ao diminuto

Não preciso sequer de ser astuto

Porque vegetar deixa de ser razão

Dormir passa a ser dor sem alívio ou cura

De tez indefinível mas duradoira e escura

Como cavernas sem ventre nem saída

Se o teu amanhã for tão leve quanto a pena

De voo planado e aproximação serena

A tua imagem jamais será esquecida

Ângelo Gomes

Ângelo Gomes
Enviado por Ângelo Gomes em 14/12/2010
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