Fiz de Mim

O único que restou para contar

histórias cujo final é sempre negativo

e pretendo virar a página porque esse

título já não me faz jus e sim

eu deveria saber onde parar já que

leio minha autobiografia.

O último a saber entre meus

amigos as coisas importantes da vida

e já não consigo caminhar sobre e com

as farsas que eles tendem à construir

sob os mais escuros céus que nunca

mais vão ter o privilégio de clarear.

O primeiro a amar e o último

a conquistar o amor porque sempre

quero o que não posso ter e não

sou capaz de sentar e ficar posando

enquanto os anos se passam e retratam

o que eu deixei de amar.

E sempre aquele que esteve lá por

tanto tempo até não poder estar mais

tentando encontrar razões para esperar

algo ou alguém cicatrizar minhas feridas cujo

sangue ressecou de tanto tempo que passou daqueles

momentos em que tudo era brilhante.

Bruno Barroca
Enviado por Bruno Barroca em 20/10/2006
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