Alma morta

Voltei aquela casa e de boas vindas as madeiras da sala rangeram com minha visita.Jogados atras da estante ainda estavam meus versos sombrios escritos num papel amarelo.No meu quarto a cama bagunçada tinha cheiro de morte.Nas prateleiras haviam caixas vazias que a tempos atras guardaram minhas lagrimás e dores de uma vida curél. Continuei a dar voltas e nas paredes manchadas estavam minhas lembraças.

Logo me aproximei do corredor,que ao fundo, pude notar que nada mudara de tempos atras.Ainda havia uma alma morta deitadade bruços no chão com os cabelos jogados no rosto e sangue nos punhos.Não lembro ao certo o que ocasionara o aprisionamento daquela alma naquele canto escuro do corredor,e nem porque ela continuava do mesmo jeito de qual foi deixada.Senti certo remorso, que me ligava de forma direta com aquela cena horrorizante.

Não sei dizer ao certo de quem era tal alma,apenas sei que estavamos fortemente conectados,foi o que me fez deitar ali ao seu lado,abraça-la e ouvir sua respiraçao,sentir seu cheiro,olhar seus lindos olhos,acariciala e observar o tempo passar.Tempo que se parecia infinito,ja que eu estava preso a eternidade daquele momento,preso a aquela casa,preso a aquela alma,preso a reviver todos os dias aquele momento em que entrei naquela casa velha e encontrei aquele corpo jogado em um canto no fim do corredor.

Talvez a culpa disso tudo seja somente minha.Mas eu nao faria nada para mudar,pois assim todos os dias posso ficar ao lado de quem amo,sem restrições e sem que o tempo ou a morte nos separe.

Raul Nini
Enviado por Raul Nini em 02/01/2011
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