CHAMA-ME...

Chama-me, como trovão que nem montanha detenha

Quero ouvir o silvo trazido pelo vento cair-me no colo

Faz-me voar mesmo que não me eleve do solo

Juntos segredaremos a senha e a contra-senha

Chama-me do alto de Urais de agreste textura

Quero que o som da tua voz desça até aos vales

Em ritmo contínuo no espaço te instales

Mostra que o grito lânguido sabe a ternura

Não pares, mesmo que não me sintas, não pares

Se com as feridas que te consomem não me avistares

Vai ao perdidos e achados e reclama-me

Estarei solto de amarras ouvindo o teu grito

Em cela onde cabe um aguardar infinito

Desce do éter onde gravitas e… chama-me.

Ângelo Gomes

Ângelo Gomes
Enviado por Ângelo Gomes em 04/01/2011
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