Me auto descrevendo

Hoje tenho 22 anos de idade, e já vivi muitas experiências, o bastante para dizer que eu já vivi de tudo, o bastante para dizer que já vi muita coisa, dês de pequena carrego comigo um fardo maldito, um fardo que me afasta da santidade, um fardo que quando pequena eu nunca entendi, mas dês de então isso nunca importou para ninguém.

Tinha um pai que bebia e batia na minha mãe, uma avó que morava sozinha e que eu amava estar com ela, dois irmãos que ao se juntarem me torravam o saco e se juntavam contra mim.

Minha mãe trabalhava o dia inteiro para dar conforto e o de comer para nós, um padrasto que sempre esteve ao lado da minha mãe, mas nunca soube ser um pai de verdade.

As empregadas que tinha em casa, eram legais algumas delas eu me apegava já que não tinha mesmo em quem me apegar, elas brincavam comigo, mas na verdade eu sentia mesmo era a falta do meu pai que havia ido embora de casa, ele me fazia sentir mimada e amada, era um pai um tanto quanto irresponsável consigo mesmo, mas nunca senti um pouco se quer da irresponsabilidade comigo, sim claro que existiam mas eu nunca senti e é isso que importa para mim.

Ele era um bom pai aos meus olhos, apesar de não ter tido muito o que me oferecer, e mesmo assim ele sempre me deu tudo o que hoje eu gostaria de ter e sinto falta, carinho, compreensão e amizade.

Minha cabeça dês de mais nova sempre foi confusa, pois eu nunca soube que era pecado gostar de alguém do mesmo sexo, mas eu sabia que não era certo, eu gostava das menininhas da minha escola, e as fazia de namorada e isso era apenas no jardim de infância, mas como julgar uma criança que não sabe da verdade ainda, que era apenas do jardim? Engraçado é que chegava até a sonhar beijando-as, e com pré - maturidade eu já sonhava tudo isso apenas na 1º série, e foi a partir daí que comecei a sonhar com freqüência.

Em casa cresci cresci me sentindo diferente, eu sempre percebi que eu não era a filha normal, sempre fui tratada com indiferença, porém para a vovó era a predileta, pelo menos era o que eu sentia e era tão bom

Na adolescência além de gostar de meninas, eu gostava também de meninos, a minha cabeça se tornou mais ainda embaraçosa, e ninguém nunca percebeu .

Eu cresci assim me sentindo sozinha com a cabeça confusa e embaraçada, e ninguém nuca percebeu que eu requeria uma atenção especial, mesmo tentando chama-la de todas as formas possíveis e ao meu alcance.

Eu tentava e tentava me apegar em parentes da familia , eu tentava ver neles a imagem do meu pai, a imagem do pai que havia "perdido", ninguém nunca percebeu.

Em 2003 me apaixonei por um garoto e foi a partir daí que a minha benção e a minha desgraça começou.

Foi neste ano que conheci a Jesus e ele me escolheu, foi a melhor experiência que eu já vivi até hoje, aprendi sobre Deus, conheci o amor de Deus e vivi experiências com ele também, coisas que as pessoas precisariam conhecer, viver e presenciar, e junto dele eu vivia com o namorado, um garoto que dês de nova já admirava. Para mim estava muito certo, eu acredito que eu cheguei a ama-lo verdadeiramente, mas algo dentro de mim ainda não havia mudado, e mesmo nos caminhos do Senhor eu ainda sentia aquele antigo desejo.

Mesmo com ele eu me sentia muito sózinha, sempre me senti rejeitada, sempre me senti sem ninguém, e eu ficava muito feliz quando ele aparecia na minha casa, geralmente nos finais de semana, eu ficava toda ansiosa toda contente ao ver que a bicicleta dele estava la parada na casa da avó dele, e de fato ele era minha unica companhia.

Ao passar do tempo essa angústia dentro de mim foi apenas aumentando, e a rejeição o dobro, eu tentava refugiar minhas tristezas nas músicas e em textos que eu mesma escrevia.

Depois em 2007 começou a jornada maldita depois de terminar o relacionamento duradouro, infelizmente deixei os caminhos do Senhor e resolvi me entregar aos desejos que eu sempre tive.

Conheci muitas pessoas, e principalmente mulheres, tive muitas em tão pouco tempo muitas mesmo, e com cada uma aprendi muita coisa, principalmente nas que marcaram minha vida de uma maneira em que eu sei que jamais vou esquecer.

Durante esse tempo eu já havia pensado em várias coisas, sempre me senti sózinha, sempre me senti mal, e nunca fui de ter muitos amigos, e sempre que estou na presença deles, me sinto menos triste, faço todos rirem, mas ninguém sabe que enquanto eu sorrio por fora, o choro nunca para por dentro... Exceto uma amiga minha que ler olhares!

A tristeza dês de criança sempre foi minha fiel companheira, já fui em psicólogos e o diagnóstico sempre foi o mesmo... Depressão, baixo estima e bipolaridade.

Minha familia em si nunca se importou com meus desejos, minhas dores, minhas tristezas e nem mesmo as minhas alegrias, eu sempre passava por ele mas é como se eles não me vissem, sempre tentei falar, me expor e sempre fui vista como a vítima, sempre tentei chamar atenção de alguma forma, eu precisava muito de um abraço , mas sempre fui vista como rebelde. Chegou um tempo , em que os meus joelhos estavam muito machucados de cair , de serem tombados por palavras cortantes, meu rosto vivia com marcas, pois cada palavra lançada era como um tapa ou até mesmo socos.

Mas eu cansei, sentei e estacionei a minha vida, esperei com paciência parte dos machucados pararem de sangrar, e continuei a prosseguir mesmo sem ninguém, sem ter ajuda, tive que tentar andar sem enxergar um passo a minha frente, e até hoje estou aqui.

O meu emocional está tão abalado que eu sei que não aguentarei qualquer outro tranco.

Com a idade que tenho procuro algo em que eu possa me distrair, algo em que eu possa mesmo que por poucos momentos, me sorrir, esquecer um pouco de tudo que me sufoca, e por questão de horas eu consigo me ver em um mundo totalmente diferente do que eu vivo.

A verdade é que a maioria das pessoas julgam muito algumas coisas por serem alegrias passageiras, mas só eu sei o como eu preciso de ao menos uma alegria passageira dessas, do que não ter nem uma.

Embora eu grite ninguém vai me ouvir, porque a minha voz não consegue ecoar do fundo do abismo. O que me impede da morte hoje é a certeza do inferno.

Eu sinto uma enorme saudade do passado, e tudo que eu sei é que quanto mais o tempo passa, menos feliz eu fico menos alegrias me surgem e mais decepções e mágoas me aparecem.

Ninguém sabe como estamos por dentro, por mais que estejamos sorrindo por dentro, nosso estado emocional pode simplesmente está mal, caído, entristecido,fraco.

Como todo mundo sabe palavras são capazes de nos derrubar e, raramente temos uma mão par anos levantar, as pessoas não se importam uma com as outras, e mesmo se importassem não moveriam um dedo se quer para ajudar a levantar.

Em pouco tempo que venho escrevendo esse texto pude perceber que a solidão vem abrindo feridas estranhas e grandes dentro de mim.

É ruim se sentir intruso, é ruim se sentir fraco, é péssimo se sentir excluído por pessoas que amamos.

Ao contrário do que pregam por ai dizendo que a familia é o nosso bem maior e pilastra da vida de um ser humano, eu aprendi que você não pode contar com ninguém a não ser você mesmo, familia em muitos casos ajudam em alguma coisa, e a maioria de leva pro buraco sem fundo.

Quem quiser aprender comigo, aprenda com os meus erros e não com as minhas atitudes, pois me arrependo profundamente de ter me deixado sair da presença do Deus vivo.

Não quero pena de ninguém, prefiro ter o ódio, o sentimento que procuro nas pessoas é de amizade e carinho verdadeiro, assim como sou capaz de amar as pessoas sem segundas intenções, gostaria que ao menos gostassem de mim de verdade e tivessem um pouco de carinho.

Não vou mentir, nas poucas vezes que bebo, busco na bebida a minha alegria, mesmo com aquele gosto horrível, procuro me sentir alegre por alguns instantes, é legal se sentir assim as vezes. Eu fico brincalhona e esqueço dos problemas ao meu redor.

É estranho dizer que não estou onde eu gostaria de estar, mas eu sei que a minha história vai mudar.

As vezes sinto que não vou conseguir sair do lugar, sinto meus pés presos em um cimento e por trás de mim, lobos famintos se aproximando, sinto o cheiro almeijante e desejado da morte.

Eu só queria um remédio, alguma coisa uma substância ou algo que me fizesse esquecer, deletar e apagar tudo o que eu não quero dentro de mim, o meu grito está desesperador, e eu não sei por para fora, eu não sei para onde ir, o meu caminhar é falso eu ando e não saio do lugar, vivo do passado, e choro pelo presente, eu queria uma palavra, eu queria alguma coisa, hoje eu choro e não sei como fazer nada.

Eu preciso eu imploro e desejo pela salvação e por fim a morte, é esse o desejo que prevalece no momento.