Prados de Nostalgia

Eu olho hoje nessa sala vazia

Tentando lembrar dos detalhes

Essas vírgulas incessantes que sempre haveriam

As mudanças no corpo e na alma

Como tudo ficou cinzento e sombrio

Como sempre é frio e doloroso

Crescer e entender que nada faz sentido

E descobrir que há na culpa essa grande fuga de “si”

Essa criança linda, cheia de adornos etéreos

Está envelhecendo, criando raízes num solo impuro

Manchando o piso silente onde correram os anos

E deixando à mostra esses poemas sem vida, sem magnitude

Olha pro trono áureo, o cetro enferrujou num canto

Dos anjos só restam fábulas e sombras

O castelo está enegrecido, todos se foram

E agora? Pra onde você vai quando não pode confiar?

Você sabia que um dia tudo ia passar

A sua juventude, a sua beleza, sua verdade

A sua revolução era uma maneira de não se aceitar

Culpando tudo a sua volta, mas sua dor era você

Quem você é? Pelo que tem acordado todos os dias?

Existe algum motivo pelo qual morreria?

Olhou pra estrelas hoje? Sonhou com um mundo melhor?

A sua vida abraçou a morte e o primeiro a morrer foi seu “existir”

Os velhos prados da lembrança

Ainda encharcados de nostalgia

Hoje se curvam em doçura e imensidão

Algo de quando ainda se pode acreditar

Tomverter
Enviado por Tomverter em 07/01/2011
Código do texto: T2714812
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