SUAVEMENTE...

Levanto as mãos assim suavemente

Comprimo os olhos num esgar embevecido

Fechando as portas a qualquer ruído

Que ouse perturbar-me a mente

Parceiro do lago que me cerca sem bulir

Ouço os pássaros na hora da recolha

Cantam hinos pousados numa folha

De uma árvore que não se faz sentir

Uma aragem fria me enregela o rosto

Fricciono as mãos em jeito de fogo posto

Aqueço a alma com o que a alma sente

Dou passos no sentido do regresso

Evitando o sinuoso retrocesso

Chegando ao destino assim suavemente.

Ângelo Gomes

Ângelo Gomes
Enviado por Ângelo Gomes em 09/01/2011
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