ROUBA-ME...

Rouba-me tudo o que haja para roubar

Sem causar danos colaterais

Porque o que circunda o meu corpo não me pertence

É de toda a gente, é de ninguém, é do ar

É a brisa que se faz sentir no cais

É o que for que uma pessoa aviste e pense

Rouba-me tudo mas não me deixes tão pobre!...

Selecciona o furto com a tua douta calma

Envolve a acção como se fosse uma partilha

Eu assimilarei o gesto como nobre

Sabendo que não me vais levar a alma

Porque essa está segura a uma cavilha

Rouba-me fiel, sem atropelos pelas costas

Olha-me de frente no momento da ruptura

Mantém o silêncio para evitares longas demoras

Em meu redor todas as áreas estão compostas

Aguardando a crueldade da captura

Pelas tuas mãos ávidas por cumprir uma penhora.

Ângelo Gomes
Enviado por Ângelo Gomes em 25/01/2011
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