ROUBA-ME...
Rouba-me tudo o que haja para roubar
Sem causar danos colaterais
Porque o que circunda o meu corpo não me pertence
É de toda a gente, é de ninguém, é do ar
É a brisa que se faz sentir no cais
É o que for que uma pessoa aviste e pense
Rouba-me tudo mas não me deixes tão pobre!...
Selecciona o furto com a tua douta calma
Envolve a acção como se fosse uma partilha
Eu assimilarei o gesto como nobre
Sabendo que não me vais levar a alma
Porque essa está segura a uma cavilha
Rouba-me fiel, sem atropelos pelas costas
Olha-me de frente no momento da ruptura
Mantém o silêncio para evitares longas demoras
Em meu redor todas as áreas estão compostas
Aguardando a crueldade da captura
Pelas tuas mãos ávidas por cumprir uma penhora.