Oi, pai...

Hoje, somente hoje, pensei em lhe falar.

Confesso que agora, não sei bem o que dizer.

As lembranças estão se apagando com o tempo e já não sinto o seu perfume e por isso decidi vir.

Foram poucos os momentos de carinho, mas que muito me marcaram, já que não era uma característica constante.

Lembro ainda, de algumas vezes que a febre visitava meu corpo de criança, da sua presença ao meu lado perguntando sobre meu estado.

Nossa convivência foi tão breve, mas vejo que continuo um menino que espera algo de alguém que não se conhece bem. E aqui, no coração, ainda há o vazio que não sei explicar, mas que ficou desde o dia em que fui acordado com a noticia de sua partida.

Bem, são breves linhas. Poucas palavras e uma lágrima de incerteza, já que uma pergunta não cala: como seria se o senhor estivesse aqui?

Não há respostas, eu sei.

Hoje só te vejo misturado ao barro.

Num reflexo de imagem e lembranças de um menino-homem que, ainda, sente sua falta.

Valeu pai....