ÉTICA NA POLITICA-Reflexão Pertinente e questionamentos abertos (parte 2)

PEDRO ANDRÉ PIRES DE ALMEIDA

Existem máximas para estruturar formas de comportamentos voltados ao bem público e por outro lado, máximas que o desestruturam onde prevalece o quere do politico já que a sociedade se mostra ingenuamente incapaz. As máximas estruturas dos que são onde os motivos da ação são válidos tanto para o agente quanto para qualquer outro indivíduo, visa a coletividade onde por fim, alcançará uma universalidade. Assim, é criado como vimos uma posição “ficta” onde se pode perceber de maneira critica o caráter público desta coletividade e os modos de tratar de cada um dos seus membros, sendo partícipes de uma mesma natureza racional.

Uma máxima que é valida para a coletividade onde pode universalizar-se não significa que o agente desta tenha se tornado um ser totalmente moral ou “santo”, por esta ação alcançar aos outros homens. Mas por fins particulares ele age como tal, visando que o interesse coletivo forme cidadãos que reconheçam suas ações e na dos outros o primado da “coisa pública”. Logo, entende-se que as máximas universalizáveis não segue necessariamente uma boa intenção que siga a uma estruturação e nem que o caráter do individuo que tenha mudado, mas o que importa na verdade é que esta máxima seja encenada pelos atores e atinjam do ponto de vista da coletividade. E, é esta ação pública que está no espaço da encenação coletividade onde se depreende a particularidade de suas máximas em caráter universalizável que se traduzirá através do caráter ético da ação no espaço público de confrontação das diversas propostas, aonde se chegará assim ao resultado, se a encenação destes atores é simulacro ou se é uma verdadeira configuração do bem público.

É lógico, que com a encenação do coletivo não seja suficiente para que se crie o interesse da coletividade, o que se torna notável é que no simulacro criam-se condições para que os demais indivíduos ou então grupos sociais aderem a essa, onde ocorre a realização no fazer político independente daquele que o decretou. A máxima politica neste sentido se adapta a fundamentação moral, em suscitar em todos os indivíduos um comportamento condizente aos padrões coletivos que são válidos para qualquer individuo independentemente de sexo,cor,credo ou condição social. Por outro lado,existem as máximas que tratam o interesse egoísta que é a manifestação clara do interesse particular. Neste momento a questão politica evidencia-se como uma servera luta pelo poder e os privilégios provenientes deste. A coerência neste sentido torna-se apenas uma relação da máxima em que fica subentendido que o fundamento único da ação seria o interesse próprio e particular, prevalecendo sobre as formas de interesse coletivo. Logo, se há desagregação como falara Denis Rosenfield (prof.da UFRGS),é isto porque os interesses individuais de cada um apropriaram-se das formas de representação politica, tornando-a deficiente na realização de suas funções de mediar os interesses particulares na perspectiva de todos. A na a “encenação” deixa a cada um a liberdade de buscar sua própria vantagem através da luta e da partilha da riqueza comum onde ocorre o favorecimento de cada um com as regras de convivência ao serem observadas. As lutas e as violências são apenas consequências desta generalização da vantagem individual que é buscada a qualquer custo, onde todo meio é valido para alcançar o objetivo visado. A corrupção decorre disto que vimos com a generalização deste espetáculo de apropriação do bem público pelo privado, sendo que o não interesse pela coletividade é algo “natural”,pois,todos já sabem o que ocorre é a luta pelo poder e pela apropriação principalmente do poder público, sendo que em um país democrático esta dita democracia favorece somente a poucos.

Mas como confiar nestes atores políticos e agentes sociais com suas inúmeras propostas? Se cada um fica na espera do momento x para tirar proveito e tornar ainda mais a politica um ambiente de mercenários urubus e capitalistas desumanos. O que fica explicito também ao público, é que a cada passo as coisas vão piorando de forma gradativa e o que resta é o interesse particular e suas lutas para conservar a riqueza particular e seus privilégios conquistados. Falseia-se a representação politica onde fica estereotipado aos olhos do público, que qualquer detentor de cargo público seja legislativo ou executivo também, é que seus interesses estão apenas em trocas de favores e não plano de poder. Mas como confiar nestes representantes da nação onde eles “lutam” e preocupam-se com o salário e que por fim acabam desvalorizando o trabalhador e o provo com a deterioração do mesmo? Não se trata neste sentido, somente de uma condenação moral externa à politica, mas, de entender a ação como resultado do processo de efetuação pública da ação.

Enfim, as máximas desestruturadas do bem público terminam por exigir soluções a serviço do coletivo para justamente realizar o seu interesse. Com a ausência de representatividade no qual fora visto anteriormente, causa agora como consequência o não surgimento de representação politica e controle de Estado. Quanto às máximas que tratam da estruturação do bem público, criam contrariamente ao outro sistema, novas formas de representação politica com o espaço público da sociedade que se fortalece, ou está se fortalecendo, pode-se dizer daí que graças a dimensão universalizável de cada um. Daí vê-se a importância da consciência e de colocar-se em prática um ideal de ética que por si baseia-se na racionalidade (consciência),pois a estimação dos comportamentos é a única coisa capaz de produzir formas de realização politica da coletividade.

PEDRO ANDRÉ ALMEIDA
Enviado por PEDRO ANDRÉ ALMEIDA em 03/02/2011
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