Loucura
Loucura. Demência. Adjectivos de insanidade, cuja forma perjorativa não deixa antever a verdadeira forma do ser. Quem são os loucos? Todos aqueles encerrados em manicómios, murados pela vontade dos demais.
E não só.
Barreiras também existem no exterior dos hospícios. Erguem mil uma paliçadas e tornam excluídos aqueles que primam pela diferença. Seja pela sua adicção ou doença, seja pela sua forma de estar. Os opressores criam um sem número de leis visando a sua exclusão.
Contudo, impulsionam nos oprimidos a motivação para escrever, deixar memórias intemporais, cujo o sulco do tempo não consegue sequer apagar.
Homens como nós, que deixam memoráveis versos de atitude, de irreverência e nos fazem reflectir. Talento escrito com tinta de sofrimento, levando-nos a segui-los e perpetuá-los.
Exemplos como Dylan Thomas, Óscar Wilde mostram bem a atitude do poeta perante a vida e a sociedade que o rodeia. Não rascunharam mil letras ou compuseram poemas para agradar à sociedade, mas a todos que detêm a humildade em seus corações e se identificam com a mensagem do poeta. Talentos reconhecidos, mas negados na altura pela sua acutilância, pela sua diferença.
A escrita é uma forma de poder. A caneta risca sobre o papel imaculado e faz baixas. Inata no homem, apenas precisa de se libertar, fluir.
Pretendo apenas isso: deixar correr os meus pensamentos pelo teclado - se calhar perigosamente. Vogar pelos meus pensamentos desordenados e agrupá-los em frases sentidas e com sentido.