Saudade da minha mãe...
Sempre que vejo uma plantinha cultivada em espaços pequenos, lembro imediatamente da minha mãe. Criada em sítio, habituada a ter de tudo no próprio terreiro, ao ir para a cidade morar numa casa com quintal pequeno, sempre dava o seu jeitinho para ter cebolinha, hortelã, xuxu e outras plantinhas, a maioria com propriedades medicinais, além de galinhas para garantir ovos. Era típico dela, independente do espaço disponível. E eu, claro, fazia a minha parte: ia religiosamente ao rio pescar lambarí (no sol quente), cará (à tardezinha) ou bagre (á noite) e voltava sempre com o samburá cheio. Quando o rio não tava pra peixe eu ia pra cachoeirinha com a garrafa de champagne (com fundo furado) e farinha de milho para pegar com facilidade muito mandi (trazia quanto queria; era tanto que pra limpar salgávamos e deixávamos ao sol para estourar a barrigada e facilitar a limpeza, não havia condições de limpar individualmente por ser muito pequeno e em grande quantidade), quando me lembro deles bem fritinho até me dá água na boca. Saudades daquele tempo... Éramos felizes... e sabíamos!