Caminho sem volta

Parei na quadragésima segunda estação.

Com as malas nas mãos.

Vejo como a vida corre em meus olhos.

E percebo, só um troco a mais em moedas de um centavo.

Pra onde posso ir agora?

As circunstâncias me trouxeram até aqui.

Com sentido de liberdade nos ombros.

E o mundo nas costas.

Eu grito socorro!

Não aparece o chefe da estação.

Procuro entrar nos eixos.

Até ver onde você possa estar.

Pra que possa me trazer de volta.

Agora meus passos estão largos.

Encontro em uma praça um lugar pra descansar.

Enquanto olho as árvores.

Acarretam-me lembranças.

Onde corria mos livres e sem culpa alguma.

Com o amor sendo nossa liberdade.

Não entendo seus motivos de me deixar.

Até agora continuo olhando sempre a mesma praça.

As mesmas árvores.

E os mesmos casais.

Que ficaram presos em ilusões perdidas.

Por ter me mostrado um caminho.

Onde nunca quis me buscar.

Guardei dentro de mim estas lembranças.

De uma garota solitária viajando em um trem.

Buscando um amor que ficou pra ultima estação.

Onde só se encontra no passado.

Que ela ora pra um dia esquecer.

E não ter de volta pensamentos de seu primeiro amor.