ABRIGA-ME...
Os teus braços são longos e acolhedores
O teu peito suave como um travesseiro
Abriga-me neles e sente os meus vapores
Que exalo quando me apodero do teu cheiro
Estende um sorriso quando me vires chegar
Mantém intacto o teu odor a rosa
No teu ouvido roço e a murmurar
Te direi quanto a saída é dolorosa
Abriga-me no teu regaço e afaga
Respira sobre mim os teus afectos
Não deixes amortecer tamanha vaga
Mesmo que sobre nós caiam mil tectos
É tão doce e sereno o teu abrigo
Como albergue que me aguarda a cada instante
Sei que há horas em que sou mendigo
Criando em mim um sentimento lancinante.