Sei. Penso que sei.

O que existe dentro da nebulosa fresta, frente à elevação sutil e talvez proposital, do tapete do mundo?

R: _ _ _ _ _ _ _ _

O que existe por detrás dos atos filantrópicos, as motivações em se pregar o bem, sem saber ao certo por que, pra que, através de,

e pra quem?

R: _ _ _ _ _ _ _ _

O que existe por detrás do medo no qual sucumbimos & mentimos almejando nos tornar alguém que não somos, fugindo do nosso pré-estabelecido e fantástico, "eu"?

R: _ _ _ _ _ _ _ _

...

Sei que sem esforço algum vislumbramos nossas verdades...

Sei que a primeira impressão talvez

realmente não dite em nada o restante do caminho...

Sei que nossas verdades enferrujam a nossa ponte ao porvir...

Sei que certos fardos, mesmo por mais leves que sejam,

podem nos presentear com desvios na coluna e dores eternas...

Sei. Penso que sei, acho que sei, sinto que sei,

talvez eu saiba, mas certamente me cansei;

Será que tais rumores ao menos iram vibrar

o medidor sísmico dessas estruturas,

e entre anjos & demônios convalescendo do bom e do mau

(não necessariamente nesta ordem),

apelaremos a surrealistas, mestres do abstrato,

para curarem as nossas feridas reais?

Talvez, realmente através da morte, viveremos.

Exclamo a morte: - Eis-me aqui, envia-te a mim;

Inflamo à sorte: - Eis-me aqui, envia-me a ti;

Seduzo o forte: - Eis-me aqui, envia-te a ti;

Conquisto o fraco: - Eis-me aqui, envia-me a mim.

Mas ainda assim,

elucidados paliativamente pela vã epilepsia mental induzida,

a pergunta rompe os limites impostos pelo nosso comodismo

e se faz real:

-Em meio ao caos, nos fazemos poetas,

e não suportando o sangramento de nossas entranhas feridas,

sucumbimos?

ou

-Em meio aos poetas, fazemos o caos,

e não suportando o sangramento das entranhas de tais seres,

existimos?

Marcelo Maia
Enviado por Marcelo Maia em 04/11/2006
Reeditado em 04/11/2006
Código do texto: T281672
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2006. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.