Sei. Penso que sei.
O que existe dentro da nebulosa fresta, frente à elevação sutil e talvez proposital, do tapete do mundo?
R: _ _ _ _ _ _ _ _
O que existe por detrás dos atos filantrópicos, as motivações em se pregar o bem, sem saber ao certo por que, pra que, através de,
e pra quem?
R: _ _ _ _ _ _ _ _
O que existe por detrás do medo no qual sucumbimos & mentimos almejando nos tornar alguém que não somos, fugindo do nosso pré-estabelecido e fantástico, "eu"?
R: _ _ _ _ _ _ _ _
...
Sei que sem esforço algum vislumbramos nossas verdades...
Sei que a primeira impressão talvez
realmente não dite em nada o restante do caminho...
Sei que nossas verdades enferrujam a nossa ponte ao porvir...
Sei que certos fardos, mesmo por mais leves que sejam,
podem nos presentear com desvios na coluna e dores eternas...
Sei. Penso que sei, acho que sei, sinto que sei,
talvez eu saiba, mas certamente me cansei;
Será que tais rumores ao menos iram vibrar
o medidor sísmico dessas estruturas,
e entre anjos & demônios convalescendo do bom e do mau
(não necessariamente nesta ordem),
apelaremos a surrealistas, mestres do abstrato,
para curarem as nossas feridas reais?
Talvez, realmente através da morte, viveremos.
Exclamo a morte: - Eis-me aqui, envia-te a mim;
Inflamo à sorte: - Eis-me aqui, envia-me a ti;
Seduzo o forte: - Eis-me aqui, envia-te a ti;
Conquisto o fraco: - Eis-me aqui, envia-me a mim.
Mas ainda assim,
elucidados paliativamente pela vã epilepsia mental induzida,
a pergunta rompe os limites impostos pelo nosso comodismo
e se faz real:
-Em meio ao caos, nos fazemos poetas,
e não suportando o sangramento de nossas entranhas feridas,
sucumbimos?
ou
-Em meio aos poetas, fazemos o caos,
e não suportando o sangramento das entranhas de tais seres,
existimos?