Sentenças de granito
Quando nos infiltramos em nós mesmo,
quando violamos os hospícios da nossa mente,
quando envenenamos o amor,
amor este que implode de um coração insólito
e reflete aos olhos a mágica de se ver na segunda pessoa,
e aos sentidos mais, na terceira;
é justamente após essa tênue linear
que a sagrada sedução se torna eficaz
e sutilmente perigosa;
e assim,
livres pensadores
cobertos de um frígido niilismo
agridem a si próprios
se tornando escravos de suas próprias loucuras,
se afogando em seus próprios retrocessos estomacais...
Onde as frágeis moscas que sobrevoam o
"não pra mim"
formam uma barreira intransponível
entre você e o amor,
entre você e o seu amor,
entre você e você mesmo...
Dessa forma, aquela tal mágica das coisas simples
se resume num truque ótico da nossa turva visão,
e assim proclamando eternos dias de chuva,
bradando em tom rouco
por eternos instantes
de momentos perceptíveis e palpáveis…
Onde o tilintar das gotas do vão prazer
traz consigo aquele velho distúrbio da enxaqueca,
um eterno “de já vu”
a te acusar de uma longa vida...
Um passado preparatório,
um presente insatisfatório
e um futuro fantasmagórico,
ou mesmo por dizer,
“passando pela vida com as janelas embaçadas”.