Sentenças de granito

Quando nos infiltramos em nós mesmo,

quando violamos os hospícios da nossa mente,

quando envenenamos o amor,

amor este que implode de um coração insólito

e reflete aos olhos a mágica de se ver na segunda pessoa,

e aos sentidos mais, na terceira;

é justamente após essa tênue linear

que a sagrada sedução se torna eficaz

e sutilmente perigosa;

e assim,

livres pensadores

cobertos de um frígido niilismo

agridem a si próprios

se tornando escravos de suas próprias loucuras,

se afogando em seus próprios retrocessos estomacais...

Onde as frágeis moscas que sobrevoam o

"não pra mim"

formam uma barreira intransponível

entre você e o amor,

entre você e o seu amor,

entre você e você mesmo...

Dessa forma, aquela tal mágica das coisas simples

se resume num truque ótico da nossa turva visão,

e assim proclamando eternos dias de chuva,

bradando em tom rouco

por eternos instantes

de momentos perceptíveis e palpáveis…

Onde o tilintar das gotas do vão prazer

traz consigo aquele velho distúrbio da enxaqueca,

um eterno “de já vu”

a te acusar de uma longa vida...

Um passado preparatório,

um presente insatisfatório

e um futuro fantasmagórico,

ou mesmo por dizer,

“passando pela vida com as janelas embaçadas”.

Marcelo Maia
Enviado por Marcelo Maia em 06/11/2006
Código do texto: T284055
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