As cartas que nunca mando

Não importa em qual baú de sua alma mexa, encontrará cartas que nunca mandou, ecos de palavras não ditas. Presentes feito a mão, à alma, musicas que queria dedicar. Fotos de momentos em que não havia maquina para fotografar, silêncios em que se deixou perder por interrupções tolas. E o relógio com a hora parada dos momentos felizes.

No fundo do baú sempre há a chave de sua esperança, de sua ilusão, que esta em algum outro baú que você mexe muito pouco. Em algum canto do seu quarto,uma caixa de sapato cheia de lembranças que tem um cheiro especial, e sempre faz em algum momentos os olhos marejarem de lagrimas, não que alguém seja digno de nossas lagrimas,mas geralmente choramos pela covardia e por aquilo não fomos capazes de lutar. Se sentir, então sozinho em tudo o que sentiu, como viu cada momento, com olhar único,mas a lembrança é capaz de trazer a tona, e quase se pode sentir novamente o toque aveludado,o beijo quente...

E ao se deitar na cama, olhando para o teto, dentro do peito batidas de resignação, o sono não vêm, mas pensamentos, imagina-se paraísos e infernos, apertos de profunda angustia fazem a alma gelar, e lágrimas nascidas de todas as possíveis emoções molharem delicadamente suas faces, beijando-as por pura pena...

Às vezes temos medo de olhar para nosso fantasmas pois nos pareciam enormes quando os matamos. Mas o tempo encurva qualquer grande monstro, e todos são enrijecidos anciões diante de tudo o que muda a cada segundo,e pouca força tem para sequer pesar nosso semblante,mas o evitamos,pavor de olhar nos olhos daquele velho sábio,que conhece o terror de nossos porões!

Não se assuste pequenino, quando o seu próprio vigor passar tudo será névoa de algo que nos perguntaremos se realmente vivemos...

T Sophie
Enviado por T Sophie em 14/03/2011
Reeditado em 14/03/2011
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