NÓDOAS...

Olhei-te nos braços

Mirei-te na face

Observei-te os sinais

Sinais de dor invisível

Mudos

Imobilizados

Inocentes

Sovaram-te?

Sofres?

Não… porque a dor física não dói

Nadaram no meu sangue

Rasparam-me as paredes da alma

Invadiram a paz do meu espírito

Essa é a dor que me dilacera

Aquela que dói

Os sinais que te ferem os olhos

Não passam disso… sinais

São as sobras que não couberam

No meu interior

São a bandeira que o corpo iça

É a mancha negra da revolta

É um pedido de socorro silencioso

Como silenciosa é a raiva que o domina

Ilusões…

Quimeras queimadas por etapas

O desejo, o sonho, o abismo

Podem-se encobrir as nódoas exteriores

Um simples pano cumprirá a tarefa

As interiores, não…

Essas toldam-te o pensamento

Aniquilam a música que há em ti

Impingem-te o desamor

Farão sempre parte

Do teu historial de vida.

Ângelo Gomes
Enviado por Ângelo Gomes em 20/03/2011
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