NÓDOAS...
Olhei-te nos braços
Mirei-te na face
Observei-te os sinais
Sinais de dor invisível
Mudos
Imobilizados
Inocentes
Sovaram-te?
Sofres?
Não… porque a dor física não dói
Nadaram no meu sangue
Rasparam-me as paredes da alma
Invadiram a paz do meu espírito
Essa é a dor que me dilacera
Aquela que dói
Os sinais que te ferem os olhos
Não passam disso… sinais
São as sobras que não couberam
No meu interior
São a bandeira que o corpo iça
É a mancha negra da revolta
É um pedido de socorro silencioso
Como silenciosa é a raiva que o domina
Ilusões…
Quimeras queimadas por etapas
O desejo, o sonho, o abismo
Podem-se encobrir as nódoas exteriores
Um simples pano cumprirá a tarefa
As interiores, não…
Essas toldam-te o pensamento
Aniquilam a música que há em ti
Impingem-te o desamor
Farão sempre parte
Do teu historial de vida.