Heresias
Para o Deus católico:
1- Por que somos condenados eternamente por atos transitórios? Há dívidas que nem a eternidade salda? Se nos é concedida apenas uma vida, é justo que poucos anos signifiquem eternidades em angústia?
2- Empurrar criaturas rebeldes à lei divina ao inferno faz com que o "mal'' deixe de existir ou que atos sejam saldados? É como varrer para baixo do tapete sujeiras indesejáveis, então.
Para os fiéis:
1- Só Jesus salva ou só as igrejas das quais vocês fazem parte salvam? Isso é algo a ser decidido. Se só Jesus salva, seus ensinamentos bastariam e igrejas não seriam necessárias, pois a ética de conduta crística está escrita e disponível para o povo desde os tempos de Gutenberg, não precisando, assim, de intermediários. Mesmo no caso de outras religiões, os ensinamentos estão sempre documentados, daí surge minha dúvida: por que precisam, os fiéis, de intermediários entre o ensinamento e eles? Já que religião e crença são coisas subjetivas, sujeitas à interpretações próprias...
2- Devemos pautar nossa conduta pelo ''bem'' por virtude e convicção ou tendo em vistas a uma retribuição pós-morte? Se for pelo paraíso, ou nirvana, ou um encontro com 72 virgens, faz parte de um interesse egóico de usufruir sensações de bem-estar e segurança, derrubando o mito do desapego e abnegação. Sendo assim, muitos atos ''maus'' são evitados por medo de punições divinas mais do que por convicção.
Para os que vivem financeiramente das religiões:
1- Jesus fundou uma igreja ou vocês fundaram igrejas utilizando o nome dele? Porque, ao que me parece, Jesus não se importava com templos ou assuntos monetários, e sim com ensinamentos, que distribuía prodigamente e de graça.
2- Se abnegação e caridade são pilares basilares dos ensinamentos religiosos por excelência, por que o dinheiro que os fiéis doam (muitas vezes coagidos emocionalmente, quando em momentos suscetíveis) são utilizados para enriquecimento dos donos e empregados de diversas igrejas e templos? No mínimo, contraditório...
Continuará...