O DIA...

Debrucei-me sobre a janela

Olhei…

Ao fundo o rio

O arvoredo

Gente que corre

Pássaro que voa

Avião que passa

E os telhados…

Antenas e mais antenas

Um cemitério aéreo desordenado

Feio

Terceiro-mundista

Espreguiço-me

Não é ético, eu sei

Mas como estou só…

A paisagem reitera-me o sono

Não o que de belo a natureza nos trás

Sim o que de horrível o homem nos mostra

Os contrastes

A Bela e o Vilão

O ar puro e o alçapão

A cor e a negritude

O dia começa

A respiração ficará deficitária

Morremos aos poucos

Amanhã será outro dia

Igual.

Ângelo Gomes
Enviado por Ângelo Gomes em 24/03/2011
Código do texto: T2868785