O DIA...
Debrucei-me sobre a janela
Olhei…
Ao fundo o rio
O arvoredo
Gente que corre
Pássaro que voa
Avião que passa
E os telhados…
Antenas e mais antenas
Um cemitério aéreo desordenado
Feio
Terceiro-mundista
Espreguiço-me
Não é ético, eu sei
Mas como estou só…
A paisagem reitera-me o sono
Não o que de belo a natureza nos trás
Sim o que de horrível o homem nos mostra
Os contrastes
A Bela e o Vilão
O ar puro e o alçapão
A cor e a negritude
O dia começa
A respiração ficará deficitária
Morremos aos poucos
Amanhã será outro dia
Igual.