O DESASTRE DE FUKUSHIMA

Passados alguns dias do incrível terremoto seguido de tsunami que assolou o nordeste do Japão, penso que começamos a visualizar não apenas a dimensão física e emocional da inacreditável tragédia, como também as suas mais tardias e ainda tão desconhecidas consequências.

As seguidas explosões dos reatores nucleares que contaminaram o mar e o entorno ambiental parecem que não nos contam suas verdadeiras dimensões.

O que impressiona é que, embora pudesse haver o domínio da tecnologia e do conhecimento sobre os benefícios e os malefícios da energia nuclear, parece que o desastre tomou proporções tão incríveis que nem mesmo os engenheiros e demais técnicos do sistema nuclear sabem seguramente dimensionar os estragos causados pela tragédia.

As notícias que chegam não nos são muito claras, e obviamente que quem coordena as operações das usinas e mesmo os líderes políticos não podem causar alvoroço.

O fato é que, como mera expectadora das imagens e das notícias que nos chegam, minha sensação é de que a situação possa ser bem mais catastrófica do que todos, inclusive os próprios peritos cientistas, poderiam imaginar. É uma situação inusitada para a "ciência física" e para o planeta.

A contaminação radioativa das águas tem uma velocidade assustadora e uma abrangência avassaladora e talvez sua ocorrência e consequência já tenham escapado ao controle dos técnicos.

Se levarmos em consideração que ÁGUA É VIDA E QUE TRÊS QUARTOS DO PLANETA SÃO ÁGUA as proporções do desastre são imprevisíveis e imensuráveis.

Impressionante deduzir que aquelas primeiras imagens mostradas ao mundo, inacreditáveis, da tsunami invadindo o solo da ilha...era só o começo do problema que estaria por vir.

Como acredito que nada é por acaso, decerto que tal ocorrência nos alerta de que até a ciência tem lá os seus limites e NEM SEMPRE TEM TODAS AS RESPOSTAS... de imediato.

Mais do que na hora está de repensarmos MUNDIALMENTE o uso da energia nuclear.

Embora haja os que defendam a necessidade e os benefícios do seu uso, sabemos disso, porém, o meu presente mérito é a defesa de todas as formas de vida, penso que um reator nuclear para fins pacíficos tem que se assentar num solo minimamente seguro.

Nada justifica o alto risco de catástofres mundiais, além das naturais!

Qualquer possibilidade, por mínima que seja, de movimento tectônico nos coloca, a nós e a toda biodiversidade do planeta, em paradoxais riscos da VIDA, aainda que a ciência se julgue capaz de controlar as forças da natureza.

Não consigo entender como, em nome dum progresso tecnológico que visa o conforto ao Homem, a própria humanidade assuma o risco do seu "auto-extermínio". É como viver rodeado de dinamites!

Tudo isso me parece insano.

Agora só o tempo nos mostrará a verdade que aos poucos se descortina sob as nuvens de poeira radioativa.

Que Deus tenha piedade da nossa total perdição e nos mande a Sua mão.

A única mão que nos protege e nos resgata de nós mesmos.