ENTRE O AMOR E O SEXO

Fazer sexo não é fazer amor e, tampouco, tem algo a ver com amor. Amor não se faz, amor se demonstra através de gestos e atitudes. O amor é algo muito mais amplo, produzindo muito maior, extensivo e permanente prazer do que as sensações de libido e orgasmo. O amor é muito mais abrangente no sentido afetivo e em todos os demais sentidos do que os sentimentos excêntricos do sexo, que se restringem a uma ou duas pessoas. Em regra, no sexo cada um se ocupa do próprio prazer. O amor, ao contrário, se ocupa do bem-estar e do prazer alheio, inclusive quando investido no sexo.

O amor não necessita de "química", não depende de impulsividade, de atração impulsiva, de paixão avassaladora; não necessita de compulsão, de retribuição, de restituição e, tampouco, de reciprocidade, por isto não pode ser confundido com sexo, que é completamente carnal e o amor vem do espírito.

Enfim, o amor é o sentimento de afeição que se pode ter por qualquer pessoa, por mais que uma pessoa, por milhares e por todas as pessoas ao mesmo tempo sem a menor justificativa, sem razão nenhuma, sem motivação, sendo gratuito e eterno por isto, porque não depende do que o origine, não carece do que o motive, tampouco espera retribuição.

Wilson do Amaral

Autor de Os Meninos da Guerra, 2003 e 2004, e Os Sonhos não Conhecem Obstáculos, 2004.