NAS MINHAS MÃOS...

Nas minhas mãos há um rio que não seca

Há um caudal de anseios e tempestades

Que em cada aperto mata mil saudades

Dos dias em que nos amámos na charneca

De mãos e braços se compõe o meu abraço

Que estreita o teu corpo contra o meu

E tudo o mais que a vida nos escondeu

Fica em segredo quando beijo o teu regaço

Nas minhas mãos há um mundo irrequieto

A palavra que o define só pode ser afecto

Tão grande é o ardor que fomenta a tua imagem

Vem às minhas mãos que te quero burilar

Para te expor nos momentos de te amar

E a seguir fazeres parte da paisagem

Ângelo Gomes
Enviado por Ângelo Gomes em 29/03/2011
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