NAS MINHAS MÃOS...
Nas minhas mãos há um rio que não seca
Há um caudal de anseios e tempestades
Que em cada aperto mata mil saudades
Dos dias em que nos amámos na charneca
De mãos e braços se compõe o meu abraço
Que estreita o teu corpo contra o meu
E tudo o mais que a vida nos escondeu
Fica em segredo quando beijo o teu regaço
Nas minhas mãos há um mundo irrequieto
A palavra que o define só pode ser afecto
Tão grande é o ardor que fomenta a tua imagem
Vem às minhas mãos que te quero burilar
Para te expor nos momentos de te amar
E a seguir fazeres parte da paisagem