ALGUÉM...

Alguém bate à porta de mansinho

Pancada leve em jeito de carícia

Inspirado, talvez, pela perícia

De quem pede um naco de carinho

Alguém responde à voz que o inquiriu

Com a doçura amena de quem quer

Desfolhar a dois um malmequer

Ou uma outra flor que ninguém viu

Alguém fala com voz meiga do exterior

Sou eu, esperança, procuro o grande amor

Bati à porta porque o instinto me guiou

Destranquei o ferrolho, deixei entrar

Era um vulto harmonioso no andar

Caiu-me doce nos braços e ficou

Ângelo Gomes
Enviado por Ângelo Gomes em 05/04/2011
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