ALGUÉM...
Alguém bate à porta de mansinho
Pancada leve em jeito de carícia
Inspirado, talvez, pela perícia
De quem pede um naco de carinho
Alguém responde à voz que o inquiriu
Com a doçura amena de quem quer
Desfolhar a dois um malmequer
Ou uma outra flor que ninguém viu
Alguém fala com voz meiga do exterior
Sou eu, esperança, procuro o grande amor
Bati à porta porque o instinto me guiou
Destranquei o ferrolho, deixei entrar
Era um vulto harmonioso no andar
Caiu-me doce nos braços e ficou